Quinta-feira, 18 de Novembro de 2021, 12h43
PANORAMA NO COMÉRCIO
Vendas do comércio registram queda pelo segundo mês seguido, mas ainda crescem

CNDL SPC BRASIL

Pelo segundo mês consecutivo, as vendas do setor de comércio recuaram. Em setembro 2021, na comparação com agosto, o recuo foi de 1,3%.

Cabe destacar, no entanto, que as quedas mais recentes sucedem um período de forte recuperação. Mesmo com o resultado negativo do último mês, a performance das vendas está muito acima da observada no auge da crise.

Ainda não há dados referentes a outubro, mas o Indicador de Confiança do Comércio permite alguma conjectura sobre o desempenho mais recente do setor. De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), em outubro de 2021, a avaliação que os empresários de comercio fazem do momento atual piorou.

No entanto, essa queda foi compensada por um aumento das expectativas para o futuro, resultando em uma ligeira melhora da confiança. Esse avanço das expectativas coincide com a proximidade das datas comemorativas de final de ano.

No cenário macroeconômico, merece destaque o aumento da taxa Selic pela sexta vez consecutiva, em resposta ao avanço da inflação e das expectativas de inflação para o futuro. Com efeito, em outubro de 2021, o IBGE informou uma inflação mais alta do que a esperada, atingindo 10,7% no acumulado de 12 meses.

A decisão também foi justificada pelo quadro de incertezas com o rumo das contas públicas e temores relacionados ao descumprimento do teto de gastos.
As projeções coletadas pelo Banco Central mostram uma deterioração das expectativas com relação às principais variáveis macroeconômicas.

De acordo com o Boletim Focus, a inflação deverá encerrar o ano em 9,33%.

Por sua vez, o crescimento esperado para 2022 vem registrando quedas. Ainda sobre o quadro macro, a nota positiva ficou por conta do desemprego, que registrou queda no trimestre encerrado em agosto, segundo o IBGE.

Pelos dados do CAGED, outubro registrou um saldo positivo de criação de vagas, a exemplo de todos os outros meses do ano. A análise dos dados sobre a situação dos consumidores destaca o recorde de endividamento apontado pelo indicador da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

De acordo com a instituição, 74,2% das famílias brasileiras estão endividadas -- não necessariamente com contas em atraso, mas com empréstimos e financiamentos ativos. Esse é um dos efeitos sociais da crise.

Diante desse quadro, uma Medida Provisória instituiu o Programa Auxilio Brasil, que deverá beneficiar cerca de 17 milhões de famílias com uma assistência de R$ 400.

Em suma, os dados setoriais mostram, apesar das oscilações negativas mais recentes, que o pior momento da crise ficou para trás, permitindo a recuperação inclusive dos setores mais afetados, como o de Serviços.

Para 2021, está mantida a projeção de forte crescimento econômico, mas o que suscita a duvida é o desempenho da economia em 2022.

A deterioração das expectativas mostra que o fim da pandemia não garantirá, por si só, a aceleração econômica. Fatores como incerteza fiscal e estabilidade política serão determinantes para o desempenho da economia brasileira a médio prazo.

 


Fonte: Câmara de Dirigentes Lojistas de SINOP
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