
Uma mobilização com muita pompa, dois ambientes para acompanhar os discursos, afirmações de viabilidade econômica e compromissos concretos de edificação da obra.
Estes foram pontos de destaque do encontro realizado sábado (21) em Sinop, com a participação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, dando sequência as articulações pela construção da Ferrogrão, que tem como meta de projeto ligar por ferrovia, Sinop-MT a Miritituba-PA.
O Centro de eventos teve uma parte destinada a convidados, que acompanharam a reunião em um telão. O ato foi transmitido pelas mídias digitais. No anfiteatro estiveram as lideranças políticas, de classe e do agro.
Prefeitos do Nortão, Médio Norte, Sul do Pará, senadores, deputados federais, estaduais e dirigentes de entidades e o governador Mauro Mendes reforçaram a corrente, pela importante obra.
O Ministro não discursou, ele fez uma apresentação do projeto da Ferrogrão. Apontou críticos, por desconhecer a realidade e a potencialidade de Mato Grosso.
Também justificou o retorno ao meio ambiente que a ferrovia poderá trazer.
“O Projeto nasce com propósito de transformar a logística em conformidade com a preservação ambiental. A Ferrovia vai retirar um milhão de toneladas ano de CO2 dos céus e agir como uma barreira verde para mitigar o desmatamento”, explicou.
O Tarcísio acredita que a obra possa ser iniciada ainda neste mandato do presidente Bolsonaro.
“A ferrovia é sustentável. Eu não sabia o que era o Mato Grosso há 12 anos, quando assumi a direção do DNIT. Muita coisa mudou. Observe o nível de discussão que temos hoje. Naquele tempo, era cobrando a pavimentação BR-163, no Pará. As pessoas sofriam todos os anos com atoleiros que formavam 50 km. Caminhoneiros ficaram de 10 a 11 dias parados. Levamos o compromisso do governo do presidente Bolsonaro para terminar essa parte. Eles (caminhoneiros) acreditaram, confiaram que a gente realmente ia terminar aquela pavimentação e fizemos”.
Para os municípios e o estado de Mato Grosso maior produtor de grãos do país, a ferrovia trará grande suporte logístico. A BR-163, única via de escoamento atualmente já está critica, sem duplicação e com enorme fluxo.
“A gente sabe que é com a união que faz a força e quando convocamos as pessoas para se fazer presença, elas vieram. Estou muito feliz. O nosso pedido é unânime: nossa ferrovia”, discursou o prefeito Roberto Dorner.
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), acredita que não só a Ferrogrão será edificada, mas três ferrovias no estado. “A Ferrovia estadual é uma delas que lançamos recentemente, vai permitir chegar a Cuiabá e ao Médio Norte (Nova Mutum e Lucas do Rio Verde). É um verdadeiro desafio tirar os entraves ambientais. Mas sonhamos ainda com a Fico também”, salientou.
O presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso (FAMATO), Fernando Cadore, disse que a ferrovia é de extrema importância para o setor agrícola do Estado devido ao grande aumento na produção de grãos, nos próximos 10 anos, é preciso combater os discursos contrários.
Estudos importantes mostram que nos próximos 10 anos a procura por alimentos vai crescer 20%. O único país do mundo que pode elevar esta produção chama-se Brasil e o único estado brasileiro que pode dobrar a sua produção em 10 anos é Mato Grosso.
A Ferrogrão terá 933 quilômetros de extensão. A iniciativa privada deverá aportar parte dos recursos para construção da ferrovia.
A estimativa é de que Multinacionais do agronegócio vão investir juntamente com o BNDES, cerca de R$ 12,7 bilhões. Estão previstos o ramal de Santarenzinho, entre Itaituba e Santarenzinho, no município de Rurópolis (PA), com 32 quilômetros, e o ramal de Itapacurá, com 11 quilômetros.
O governo federal afirmou que a ferrovia não irá sobrepor terras indígenas, quilombolas ou unidades de conservação.
Os processos para implantação do empreendimento estão paralisados, desde março, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que acatou pedido feito pelo Partido Solidariedade e Liberdade (Psol). Ao deferir a liminar, o ministro entendeu que a exclusão de 862 hectares do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, para passagem da ferrovia, não poderia ter sido concretizada por meio de Medida Provisória (MP) e demandaria a promulgação de “lei em sentido formal”.
A CDL esteve representada pelos diretores Gerson Cecatto e Luciano Chitolina.


