Apesar de um cenário econômico ainda desafiador para consumidores e empresas, a Black Friday 2025 deve manter desempenho semelhante ao do ano passado no comércio de Sinop. É o que revela o novo relatório do Centro de Informações Socioeconômicas (CISE), elaborado a pedido da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Os dados mostram que, mesmo com cautela, o consumidor segue disposto a comprar – e os lojistas, a investir em ofertas.
Segundo o levantamento, 54% dos empresários afirmam que a expectativa de vendas é igual à de 2024, enquanto 31% acreditam que o desempenho será melhor. Apenas 15% temem um resultado pior. O estudo também revela que 74% dos comerciantes pretendem realizar algum tipo de oferta, sinalizando engajamento do setor na campanha.
Para o economista Feliciano Azuaga, coordenador do CISE, o comportamento estável é um dado positivo dentro de um ambiente econômico ainda sensível. Ele avaliou que a Black Friday tende a ter um papel importante para manter o movimento de vendas, mesmo diante de limitações orçamentárias das famílias. Segundo ele, a disposição dos lojistas em promover descontos é um dos fatores que pode sustentar o desempenho da data.
Do lado do consumidor, o estudo aponta que 29% pretendem comprar na Black Friday. Embora o número pareça modesto, o relatório mostra que quem vai às compras está mais decidido e sabe quanto quer gastar. Quarenta por cento dos entrevistados afirmam que pretendem desembolsar entre R$ 200 e R$ 300, e o item mais procurado continua sendo o vestuário, com 36% das intenções.
A pesquisa também revela que 54% dos consumidores relatam dificuldade para pagar contas, e 72% dizem ter limitações financeiras para aproveitar promoções. Mesmo assim, o presidente da CDL Sinop, Edmundo da Costa Marques Neto, avalia que a Black Friday segue sendo uma oportunidade estratégica para o comércio. Ele ressaltou que a data funciona como um estímulo ao giro de estoque e à aproximação com o cliente, especialmente quando há planejamento por parte do empresário.
O relatório aponta ainda que a inadimplência segue estável em relação ao ano passado: 62% dos empresários a classificam como média, e 51% afirmam que o nível é igual ao de 2024. Para Azuaga, esse comportamento indica um ambiente menos volátil, permitindo que o lojista organize suas ações com mais segurança.
Mesmo que o cenário não aponte para um salto de vendas, tanto o CISE quanto a CDL reforçam que há espaço para bons resultados, sobretudo para quem aposta em estratégias alinhadas ao perfil atual do consumidor: ofertas reais, atendimento qualificado e facilidade de pagamento.
A CDL orienta os lojistas a manter comunicação ativa com o público e a preparar equipes e estoques, já que a data deve atrair um consumidor mais seletivo, porém disposto a comprar quando encontra boas oportunidades.